sábado, 9 de março de 2013

SE ROBERTO CARLOS, SE DIZ QUE É “O CARA”, EU DIGO QUE GONZAGÃO É “O CABRA”!

Como milhões de brasileiros, eu estava ligado na “telinha” ontem, dia de NATAL. E como se repete, nesta época do ano, a TV Globo, promove com exclusividade um Show do Rei.
A presença de convidados com livre trânsito em todas as classes – Arlindo, Teló, Seu Jorge e cinco atrizes da novela Cheias de Charme (TV Globo, 2012), devidamente caracterizadas como suas personagens-cantoras – alargou o rígido eixo estético do repertório de Roberto. A seu modo, o cantor dançou no bailão sertanejo pop de Teló, ao som da inevitável Ai, Se Eu te Pego, caiu no samba com Arlindo, no sucesso Meu Lugar. Com Seu Jorge, Amiga da Minha Mulher (Seu Jorge, Gabriel Moura, Rogê e Pretinho da Serrinha). À vontade no baile black, seu Jorge trilhou antes o caminho soul d’As Curvas da Estrada de Santos (Roberto Carlos e Erasmo Carlos, 1969), obra-prima da fase em que o então Rei da Juventude fazia a transição da pueril Jovem Guarda para o repertório adulto. A jovialidade do iê-iê-iê É Meu, É Meu, É Meu (Roberto Carlos e Erasmo Carlos, 1968) serviu bem ao jogo de sedução armado em cena charmosa com o fictício trio Empreguetes, acrescido de duas personagens, Chayene (Claudia Abreu) e Socorro (Titina Medeiros), vitalizadas na mesma obra de ficção. Já sem a presença dos convidados, Roberto desfiou em Reflexões seu habitual rosário de pérolas na companhia da Orquestra RC.
O Cenário foi um espetáculo a parte, simplesmente evocou a geografia carioca exposta, através dos Arcos da Lapa, Calçadas de Copacabana e principalmente o CRISTO, que em nenhum momento saiu de cena, brilhou mais do que RC. Mas como crítico e “gonzaguiano´´ que sou e, que venho participando das suas homenagens ao seu centenário, não poderia deixar a minha tristeza de não ter assistido a uma participação de um dos dicípulos do velho LULA. Quem sabe, a nossa Elba Ramalho, cantando Forró número um, ou Alceu Valença, com Xote das Meninas, meu irmão e ídolo Maciel Melo com Estrada de Canidé, ou o nosso Pinto do Acordeon, com “os meus cabelos já começam prateando…´´, e as belas meninas do Clã Brasil, com a Morte do Vaqueiro, ou até mesmo, a neta de Zé Dantas, minha amiga, Marina Elalli, com Sabiá. Com certeza faria muito bem não somente ao Gonzagão e a Dominguinhos, mas uma Nação inteira de Brasileiros e principalmente Nordestinos, que amam os dois REIS, RC e seu LULA.
E eu fico aqui com os meus botões, como nunca houve de RC tal iniciativa, fica aqui a minha sugestão, nomes não faltarão, pois a safra que Gonzagão deixou já é boa. Será que não existe alguma “mágoa” de RC contra Gonzagão? Já que em 1974, em pleno “movimento HIPPIE”, Luiz Gonzaga gravou uma música, em parceria com o compositor, José Clementino, chamada de XOTE DOS CABELUDOS. “Cabra do cabelo grande/ cinturinha de pilão/ calça justa bem cintada/ costeleta bem fechada/ salto alto e um fivelão…” Poderia ser isso, mas o CRISTO que estava ali, marcando sua PRESENÇA, o coração do Rei RC, não merecia isso, ou então a SUA presença (CRISTO) era apenas para compor aquele belíssimo CENÁRIO. Todavia, não quero guardar nenhuma mágoa dentro de mim, mas, RC para ser coerente, deveria retirar do seu repertório, a sua espetacular música, O HOMEM. “Um certo dia um homem esteve aqui/ Tinha o olhar mais belo que já existiu/ Tinha no cantar uma oração/ E no falar a mais linda canção que já se ouviu/ Sua voz falava só de amor/ Todo gesto seu era de amor/ E paz, Ele trazia no coração…
Meus diletos e queridos amigos, se o Rei RC é “O CARA”, o nosso GONZAGÃO é “O CABRA”!

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